Mineiro, baterista, multi-instrumentista, engenheiro de áudio, produtor musical, DJ e amante da música eletrônica. Com muito groove e muita singularidade, Hugo Doche é um dos nomes que mais cresceram no cenário e vem conquistando cada vez mais espaço no mundo da música eletrônica!
Formado pela LA Music Academy, o artista já esteve à frente dos projetos “Geminix” e “Klamboo”. Recentemente, lançou a track “I Got The Beat” pela Generation Hex, do gigante Don Diablo. O single conquistou o TOP 1 no chart “Bass House” do beatport e, ao lado de Vintage Culture, foi o artista brasileiro mais vendido no mundo no período.
Com influências do Jazz, Hugo Doche já fez participações em diversas bandas com grandes artistas como Marku Ribas, Fernanda Takai, John Ulhoa, Hungria Hip-hop, Kiko Zambianchi e muitos outros. Após uma longa jornada de experiência em vários estilos musicais, foi na música eletrônica que Hugo Doche decidiu seguir sua carreira como um artista independente.
O Portal B2B teve a oportunidade de conversar com o DJ e produtor, que nos contou um pouco sobre sua trajetória, suas experiências e seus próximos lançamentos! Com vocês, Hugo Doche:
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Portal B2B: Fala Hugo, tudo bem cara? Pra começar, conta um pouco pra gente como começou sua história com a música!
Hugo Doche: Fala irmão! Então, a minha história com a música começou desde muito pequeno. Com dois anos, já fazia alguns batuques nas panelas da minha mãe e, aos 8, entrei para a aula de bateria na Pro Music aqui em Belo Horizonte. Quando fiz 15 anos, eu estava no colégio e fiz algumas audições em escolas que queria entrar e consegui uma bolsa de 80% em Los Angeles, na LA Music Academy. Minha mãe, na época, me incentivou bastante a estudar e a ficar por lá. A LA Music Academy é a escola mais respeitada do mundo no segmento do Jazz e, aos 17 anos, me graduei e fui o baterista do ano no meu departamento.
Portal B2B: Como foi voltar ao Brasil com toda a bagagem que você conquistou como estudante em Los Angeles?
Hugo Doche: Quando voltei para o Brasil, estava com o sonho de viver do Jazz. Já tive quinteto, trio e toquei nos principais festivais e prêmios de Jazz pelo país. Depois de um tempo, decidi me tornar um baterista freelancer. Nessa época, cheguei a tocar de tudo, sertanejo, rock and roll, bandas de bailes, pagode, etc. Sempre gostei muito da diversidade na música brasileira e nunca tive preconceito com nenhum tipo de arte. Para mim, essa passagem como freelancer foi muito enriquecedora, aprendi muita coisa nesse período como instrumentista e como músico.
Portal B2B: Como foi a sua transição para a música eletrônica?
Hugo Doche: O meu último trabalho como baterista freelancer foi no Pato Fu, com a Fernanda Takai e o John Ulhoa. Após esse trabalho, decidi entrar de cabeça no mundo da música eletrônica. Criei o projeto “Geminix” em 2010, que mesclava a música eletrônica com a bateria. A minha formação em Los Angeles foi em engenharia de áudio e, antes de criar o projeto, eu já produzia e gravava diversos outros estilos. O “Geminix” era um live open format em que eu usava alguns recursos, como a manete do Nintendo Wii, para incrementar as apresentações e fazer algo diferente misturando todas as minhas referências.
Portal B2B: O que te levou a querer entrar de cabeça no mundo da música eletrônica?
Hugo Doche: Eu sempre busquei ser um artista independente. Não imaginaria inicialmente que seria na música eletrônica. Trabalhei com vários outros artistas para pegar muitas referências, muita experiência, para poder produzir a minha arte independentemente. Com o tempo, fui desenvolvendo alguma solução para deixar a bateria mais em primeiro plano, visto que ela é tida como um instrumento que compõe o groove, mais pra trás. Na música eletrônica, ela é o principal instrumento e eu tinha uma abertura maior para experimentar e me expressar mais como artista!
Portal B2B: Entre o período do Geminix e do Hugo Doche, você chegou a ter um projeto paralelo, o Klamboo, conta um pouco sobre ele pra gente.
Hugo Doche: O Klamboo foi um projeto que tive paralelo ao Geminix em que o foco era a produção musical. Queríamos colocar algumas músicas pra fora e íamos lançando sem muita preocupação com a cena como um todo. Nessa época, não era muito comum músicas com vocal em português e fizemos o projeto pra deixar registrado um momento da vida. O Klamboo era muito focado em streaming, as músicas eram muito cantadas, letras muito bonitas.
Portal B2B: Como você decidiu deixar a bateria de lado e focar exclusivamente nas CDJs?
Hugo Doche: Eu nunca imaginei que eu fosse me apaixonar pela CDJ. Eu estava acostumado a tocar no palco e a desidratar, perder quase 1L de água com a bateria. Um belo dia, depois de muitos anos produzindo, estava em um after de alguns amigos e a galera estava tocando algumas músicas minhas. Um amigo insistiu pra eu virar uma música e, depois de resistir bastante, toquei e vi que era algo muito legal tocar suas próprias tracks. É uma sensação muito diferente. Quando a gente tá no estúdio analisando detalhes é uma coisa, quando estamos tocando, só sentindo o momento e o que a música está transmitindo, é algo incrível. Eu não sabia que ia sentir algo tão legal!
Portal B2B: Depois de tudo isso, como surgiu o projeto Hugo Doche?
Hugo Doche: O projeto começou no início de 2020. A bateria era um instrumento que consumia muito o meu tempo com relação à logística, excesso de bagagem, transportar, eram todas coisas muito difíceis. O Hugo Doche surgiu no momento de transição em que eu estava buscando simplificar um pouco. O momento da pandemia permitiu que eu elaborasse com muita calma como eu iria executar tudo. Foquei bastante no estúdio, em produzir minhas músicas, sem pressa e, aos poucos, as coisas estão acontecendo!
Portal B2B: Fala um pouco sobre os próximos lançamentos do projeto!
Hugo Doche: Nesse fim de ano, teremos alguns lançamentos muito importantes. No próximo mês, realizo um sonho de lançar pela Spinnin. Em novembro terá outro lançamento pela Hexagon, do Don Diablo e, além disso, tenho a pretensão de lançar o meu primeiro álbum, com 18 músicas, ainda em dezembro desse ano.
Portal B2B: Conta um pouco sobre como foi o processo de produção e de gravação do álbum.
Hugo Doche: Sou muito fã de discos. Tenho coleções de CDs, principalmente de Jazz, e sou uma pessoa que gosta de dar o play e 1 hora depois parar pra pensar: “O que que aconteceu aqui?”. A minha intenção é causar justamente isso, provocar essa viagem musical. É um álbum que começa em 116 bpms e fecha em 130, construindo uma energia, criando uma história. Fizemos a execução do álbum, num formato live, na torre do Topo do Mundo aqui em Belo Horizonte. Eu queria fazer algo que ficasse marcado, que, quando eu olhasse pra trás, daqui a 10 anos, eu pudesse ter a sensação de que foi um trabalho muito bem feito em todos os sentidos, uma obra completa. As tracks já estão todas finalizadas e estamos ajustando os últimos detalhes logísticos para o lançamento!
Portal B2B: E quais são as suas principais referências como artista e que te ajudaram a produzir o álbum?
Hugo Doche: Com relação às referências de vida, quando comecei a tocar bateria, eu gostava muito de Rock. Toquei muitas tracks do Dream Theater, AC/DC, Pink Floyd e vários outros, que eram sons que eu gostava bastante! Pouco tempo depois, o Jazz entrou com tudo na minha vida e considero ser uma das minhas maiores referências na música. A música brasileira também sempre teve um peso muito grande pra mim e foi um dos diferenciais que fizeram eu me destacar na LA Music Academy.
Portal B2B: E na música eletrônica, quais foram suas principais referências até hoje que ajudaram a te moldar e fazer o artista que você é?
Hugo Doche: Com relação à música eletrônica, comecei como muita gente, por volta de 2010, através de artistas como David Guetta, Avicii. Aos poucos fui migrando para outros estilos e, no Bass House, encontrei na síntese sonora um desafio que mexeu muito comigo e me deu muita motivação pra aprender e produzir nessa linha. Para a produção do álbum, acredito que Disclosure ao lado do Jazz e da Soul Music são minhas maiores referências, pelo groove, pela bateria e pela ousadia na hora de produzir e usar as técnicas de produção.
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Portal B2B: Hugo, muito obrigado pelo tempo e pela oportunidade de conversar com a gente! Deixa uma mensagem, um recado para as pessoas que estão começando de alguma forma na música eletrônica! Valeu
Hugo Doche: Opa, legal! Eu quem agradeço. Aos produtores que estão começando, façam música por amor! Quando você faz dessa forma, o processo é muito mais prazeroso e você acaba sendo muito melhor no que você faz! Tenham paciência, humildade e lembrem-se que ser artista é também uma profissão como todas as outras, que exige muita sintonia. Estar sintonizado é importante para manter essa energia fluindo. É isso, valeu!