13/07/2021

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Entrevista Audio Shock: A cara de Minas Gerais no Psytrance!

Michel Padilha é o mineiro responsável por dar vida ao projeto Audio Shock, uma referência em DJ set do Psytrance mundial. O artista já dividiu palco com AstrixNeelixFábio FuscoAce VenturaGrowling MachinesWrecked MachinesCaptain Hook e muitos outros gigantes da cena eletrônica. Universo ParalelloTribe e Flowers são apenas alguns dos muitos festivais em que ele já esteve presente.  

O artista conversou com o Portal B2B e nos contou um pouco sobre sua história com a música eletrônica, sobre produção musical e um pouco do seu planejamento para o futuro do projeto. Conheça mais sobre o artista que já tem muita história e um futuro muito brilhante ainda pela frente. Com vocês, Audio Shock:

Portal B2B: Fala Audio Shock, tudo bem cara? Pra começar, conta um pouco pra gente sobre como você conheceu a música eletrônica! 

Audio Shock: Opa, tudo ótimo e aí? Então cara, tudo começou lá pra 2007, 2008. Tenho um amigo que é DJ e tocava Drum n Bass na época. Ele vivia me chamando para as festas de música eletrônica e eu sempre falava: “vou nada, festa de doidão”. Aí, em fevereiro de 2008, o Tiesto veio para BH e trouxe uma estrutura fora do normal. Eles tinham o maior telão da época, uma parada surreal, e aconteceu lá no MegaSpace. Chegando lá, eu me apaixonei, só gente bonita, nenhuma briga, uma vibe muito boa. A partir dali eu me encontrei com a música eletrônica.  

Portal B2B: E quando você se interessou e quis levar a música eletrônica pra sua vida? 

Audio Shock: Eu me interessei de fato pela música eletrônica numa Tribe que rolou no Alphaville em 2009. Entrou um cara pra tocar que eu me lembro até hoje a roupa que ele tava. Era uma blusa toda branca escrita Volcom, um óculos Prada, isso era mais ou menos três horas da tarde e ele moeu a festa! Eu nem sabia quem era, não sabia ainda distinguir os estilos e, então, eu perguntei pra uma pessoa quem era esse cara que tava tocando. Ele me respondeu, esse aí é o Astrix, um DJ lá de Israel. Ali começou meu interesse pela música eletrônica, comecei a pesquisar mais a fundo e a conhecer um pouco mais desse universo. 

Portal B2B: Como você aprendeu a tocar e quis se aprofundar na mixagem? 

Audio Shock: Eu conheci o DJ Charlin, que é um DJ muito bom de Vitória e já tocava no circuito há muito tempo. Virei pra ele e disse que eu estava querendo aprender a tocar, ele falou que, se eu comprasse o equipamento, ele me ensinava. Daí, comprei um par de CDJ, um mixer, e uma semana antes dele voltar pra Vitória ele passava o dia inteiro lá em casa me ensinando a tocar. Depois disso, sempre que eu ia para as festas eu ficava do lado do DJ, observando, tentando aprender algo novo, alguns não curtiam muito e nem me davam muita moral, mas eu insisti e consegui aprender e a evoluir bastante. 

Portal B2B: A partir daí, qual foi a primeira festa que você tocou? 

Audio Shock: Foi em uma festa do Gustavo, o 8THSIN, que é meu amigo de infância. O pai dele é amigo da minha mãe há mais de 50 anos, e eu o conheço desde muito pequeno. Ele organizou essa festa e me colocou pra tocar.  

Portal B2B: E qual estilo você começou tocando? 

Audio Shock: Eu comecei no Fullon, na época era conhecido como “Neo Fullon”,  mas nem existe mais esse termo. Essa era a linha de som do GMS, Wrecked Machines, Vibra, o Mack e muitos outros.  

Portal B2B: Quais eram suas maiores referências na música nessa época? 

Audio Shock: Quando eu comecei a tocar, eu falava pra mim mesmo, eu ainda vou tocar com esses caras! Selecionei 5 nomes:  Growling Machines, Astrix, Ace Ventura, Wrecked Machines e Krome Angels. E, aos poucos, as coisas foram acontecendo. Com o tempo, fui treinando, melhorando, e o mais importante, eu sempre acreditei em mim e sempre acreditei que realizar isso seria possível.  

Portal B2B: Quando foi a virada de chave na sua opinião? Quando você deixou de tocar em pequenas festas e passou a tocar em grandes festivais?  

Audio Shock: Cara, foi na Substance, do Marcelito. Ele me pôs pra tocar às 5h da manhã, sendo que ninguém ainda me conhecia. Mas, ele já sabia um pouco do meu potencial e foi uma das primeiras pessoas que acreditaram no meu projeto. A festa foi no alto de uma montanha em Sabará, e tinha dado sold out. Tinha um mar de gente, 15 minutos depois que comecei a tocar, caiu o mundo! Começou a chover de um jeito surreal. O que me surpreendeu foi que ninguém arredou o pé da pista! Parecia Woodstock, a galera com lama até o joelho, foi uma das cenas mais incríveis que já vivi na música eletrônica. No dia seguinte, nas comunidades do Orkut da época, tava todo mundo perguntando quem era o Audio Shock que tocou 5h da manhã. A partir daí eu comecei a tocar em vários festivais, clubs, a sair do estado, e o projeto começou a engrenar! 

Portal B2B: E qual foi o ápice da sua carreira como DJ? 

Audio Shock: Acredito que o ápice foi na Tribe em 2018. Foi uma das maiores responsabilidades da minha carreira. No ano anterior, eu já havia fechado uma edição da festa aqui em BH. Nessa edição específica, me lembro que eu estava no palco conversando com o Gabe e chegou o Astrix, que pra mim é o maior nome do Psytrance no mundo! Minhas pernas até amoleceram na hora, ele chegou, cumprimentou o Gabriel e começamos a conversar. Foi um dos caras mais humildes que conheci na música eletrônica, eu já era fã dele e fiquei muito mais! Em 2018, 10 dias antes da festa, saíram os horários do line-up e eu nem acreditei na sequência. Quando eu vi que tocaria depois do Astrix, achei que era mentira, fiquei muito feliz. No dia, eu tava muito ansioso, toda hora passava um filme na minha cabeça. Foi um dos melhores sets que eu fiz na minha vida! Eu tava muito apreensivo de pegar a pista do maior do mundo, mas, depois da primeira música eu me soltei e a galera respondeu muito bem!  

Portal B2B: Além da Tribe, quais outros festivais você considera que foram muito marcantes na sua carreira? 

Audio Shock: Foram vários, já toquei 3 vezes no Universo Paralello e todas as vezes foram experiências incríveis. Infelizmente, na última edição, eu ia tocar novamente, mas acabei perdendo o voo. Além da UP, a Flowers também é um festival muito especial pra mim, e muitos outros como a Boombay, Alliance, Playground, Insônia, Maze-a-delic, etc.  

Portal B2B: Você ficou muito conhecido por ser um dos poucos DJs Set que conseguiram alcançar uma carreira de sucesso. Como está sendo agora o seu processo na produção musical, conta um pouco pra gente. 

Audio Shock: Comecei a produzir há um ano. Fiz alguns cursos online e iniciei um no Cubase com o Tijah! Ele é um monstro, fora da curva. Porém, não me adaptei muito bem ao Cubase e migrei pro Ableton Live, que é onde estou produzindo atualmente. Espero ter meu Live pronto em breve, estou com algumas músicas fechadas já. Ainda não lancei nada, porque quero testar na pista, ver como o público vai reagir, etc. Além disso, eu sou bem crítico com essas coisas, acho que eu cheguei num ponto da minha carreira em que não posso lançar qualquer coisa, tem que ser um trabalho que esteja num nível muito bom e que faça sentido com o meu projeto.  

Portal B2B: Além do Audio Shock, o Michel Padilha tem vontade de ter algum outro projeto de música eletrônica, em alguma outra vertente? 

Audio Shock: Por enquanto, não tenho essa intenção. Pode ser que no futuro eu possa me aventurar em outras linhas, porém quero focar muito agora no Live do Audio Shock. 

Portal B2B: Com relação a datas para o futuro, como está o seu planejamento para lançar tracks?  

Audio Shock: Ainda estou aguardando voltar aos poucos, porque assim consigo ter um feeling de pista. Mas, a pretensão é iniciar os lançamentos no fim do ano ou no início do ano que vem, e até o meio do próximo ano pretendo ter o meu Live fechado. Estou produzindo na linha do Progressive Trance, que é o estilo de som que eu tenho tocado nos últimos anos.

Portal B2B: Como você enxerga o futuro dos eventos agora que aparentemente estamos na reta final? 

Audio Shock: Acredito que os eventos têm que voltar, obviamente, dentro da regularidade e respeitando tudo o que for necessário para que eles possam acontecer. Sou contra festas clandestinas, sem alvará, sem licença para funcionar. Eu, por exemplo, cancelei algumas festas em que estava confirmado pra tocar porque o local não tinha a documentação necessária pra acontecer. Mas, acredito que os eventos, dentro da legalidade, têm sim que voltar, porque por trás de um DJ, de um produtor, de um técnico de som, existe uma família. Se é o formato bar que está liberado, que façamos no formato bar, mas respeitando todas as exigências necessárias, porque esse é um momento extremamente delicado. 

Portal B2B: Qual foi a maior dificuldade que você teve nesse período dos últimos meses? 

Audio Shock: Cara, a maior dificuldade que eu tive foi justamente a questão de não poder tocar. Eu faço a coisa tanto por prazer, que todo dia sinto falta de tocar. Eu tinha data todo fim de semana, viajava pra cima e pra baixo com a música e do nada isso parou por um tempo. Graças a Deus, durante esse período, minha família ficou bem e isso que importa. Com relação à bens materiais, aos poucos, a gente vai correndo atrás, mas a saúde e o fato de estarmos bem é o que realmente vale!  

Portal B2B: Michel, muito obrigado pela disponibilidade de conversar com a gente, deixa uma mensagem pro pessoal, agora o espaço aqui é todo seu  

Audio Shock: A mensagem que eu deixo para todos é a de acreditarem nos seus sonhos! Mesmo que todas as pessoas duvidem, você é o único que não pode duvidar. Tudo tem seu tempo. Sonhe, mas sempre corra atrás dos seus objetivos. Trabalhe sem pisar nas pessoas e não se esqueça: coisas boas virão se você nunca parar de caminhar! 

Então, pessoal, esse foi Michel Padilha, o nome por trás de Audio Shock.

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